O deputado Lúdio Cabral (PT) acredita que a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), em anular condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, foi uma decisão importante, e que retoma o devido processo legal e o estado de direito do país.
“Ela (decisão) já produziu efeito, inclusive, no governo federal. O discurso que Lula faz, na quarta-feira, já fez o presidente da República usar máscara, já fez o presidente da República se reunir com os executivos da Pfizer, e pedir para acelerar o acesso de vacina da pfizer no Brasil”, disse Lúdio Cabral.
Ele também acredita que da decisão do STF é um efeito colateral benéfico, em relação a soltura do ex-presidente Lula. Ele também lembrou sobre a pandemia da H1N1, que foi durante o governo do petista.
“Nós não podemos esquecer que na pandemia da H1N1 o Lula era presidente da República, José Gomes Temporão era ministro da Saúde, o governador de São Paulo era José Serra, e o Brasil vacinou em 90 dias, 80 milhões de brasileiros, com vacina produzida no Butantã, e o José Serra, governador de São Paulo foi quem vacinou o presidente da República”, acrescentou o deputado.
Ele ainda disse que fez essa comparação para dar uma ideia do que era um país civilizado. “O que é essa distopia, essa situação inusitada, inaceitável que nós estamos vivendo no Brasil, nessa pandemia. De ter um presente da República confrontando o governador do estado, confrontando a eficácia da vacina”.
Lúdio também fez questão de citar que esses confrontos vêm acontecendo desde o segundo semestre do ano passado. Ele ainda comentou que essas atitudes do presidente Bolsonaro impediram o país de receber até 60 milhões de doses de vacinas Coronavac, em 2020.
Caso Lula
Na segunda-feira (8), o ministro Fachin anulou, em uma decisão individual, todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná ao ex-presidente Lula no âmbito da Lava Jato.
Com isso, Lula recuperou os direitos políticos e se tornou elegível. O ministro Fachin baseou a decisão no entendimento que o STF teve em outros casos, relativos a diferentes partidos, para concluir que a Justiça de Curitiba não tinha competência para julgar os casos, porque não havia relação direta apenas com os desvios de recursos da Petrobras.